foto: R.Okamura
Que satisfação passear no Jardim do Cerrado, obra inaugurada na data de 04/04/02 no Parque Mãe Bonifácia, que substituiu o projeto: construção de quadras de esportes para aquele local.
Foi
aceita a sugestão desta cidadã, encaminhada
ao governador de Mato Grosso, Dante de Oliveira, com cópia aos jornais da
capital e publicada em 05/01/02 em
A Gazeta , Diário de Cuiabá e Folha do Estado com o título
“Sonho de um Jardim”: ao
invés de quadras de esporte, um jardim no Parque Mãe Bonifácia!
Defendi
essa mudança no projeto por entender que um local como o Parque Mãe Bonifácia
não é adequado para a construção de quadras esportivas. Como disse
anteriormente, há tantos outros lugares para os quais elas são necessárias,
prioritárias e bem-vindas.
Exerci
o meu direito de cidadã, as autoridades competentes foram sensibilizadas,
alteraram o projeto inicial e transformaram a área onde seriam colocados
concreto e barras de ferro em uma bela e agradável área verde.
Parte
do “Sonho de um Jardim” tornou-se realidade. Um imenso gramado bem verde já
está lá, o qual convida as pessoas que visitam o Jardim do Cerrado a um momento
de parada e desfrute do presente. A paisagem vista do alto do mirante ficou
ainda mais bonita e relaxante.
Lá
embaixo, no lugar de competições esportivas, gritos, apitos e “batuques”,
ouvem-se as alegres vozes das crianças que brincam e interagem, sem competirem entre si, na parte especialmente a elas destinada. Ao invés de olhares ansiosos
das torcidas dos times de futebol, olhares ternos, amorosos e
contemplativos.
Os
bancos instalados em toda a área acolhem os casais de namorados – jovens e
anciãos –, as mães, os pais e, naturalmente, as avós e os avôs que acompanham
seus pedacinhos de gente amada num passeio ao parque. Foi interessante ver o
encontro de várias gerações nesse local, prenhe de paz e harmonia, onde nos
esquecemos de que o tempo tem seu tempo.
E,
para que o “Sonho de um Jardim” seja totalmente realizado e o Jardim do Cerrado
fique mais atrativo, falta o colorido e a beleza das flores, as quais ainda não
estão presentes. As sombras
refrescantes virão, pois foram plantadas mudas de árvores que, no seu devido
tempo, irão crescer e florescer.
Em
uma manhã de domingo, levei o meu netinho para passear no jardim do parque.
Ele, o meu pequeno e adorável tesouro de lindos olhos azuis, inspirou esta
recente avó a escrever “Sonho de um Jardim”.
E lá estava eu, a observar o meu querido “Pingo Dourado”,
Eduardo Augusto, andar livremente e todo contente. Parecia um pequeno sol a
espalhar seus raios de luz e de vida pelo gramado – não mais imaginário, mas
sim já real – do Jardim do Cerrado. Contemplei
e admirei embevecida aquela criança de um ano de idade que se deliciava com a liberdade. As pessoas ao nosso
redor também foram contagiadas pela sua pequena, viva e linda presença e,
encantadas, dirigiam o olhar em sua direção. Sua figura loira, andando de um lado a
outro, coloria o ar e vivificava a grama. Embelezava, aos olhos desta garbosa avó, o quadro vivo
do Jardim do Cerrado. Um
perfeito equilíbrio entre o homem e a natureza. Naquela manhã de domingo, a
imagem de Eduardo Augusto brincando no chão verde desse jardim que acabara de
nascer em Cuiabá, eternizou-se em minha memória.
Ao
olhar a expressão e os olhos inocentes das crianças presentes no local,
reportei-me a uma das lições da Mestra indiana, Kusum Modak, com a qual
aprendi, na Índia, o ofício da Yoga Massagem Ayurvédica Tradicional:
Quando vocês começarem com este
trabalho, sintam-se como uma pequena criança inocente. Procurem ver as pessoas que
vocês irão atender com os olhos inocentes de uma criança. Cultivem essa visão e
será possível ver a beleza de cada pessoa e tratá-la como um templo de Deus.
Obrigada a todos que contribuíram, de forma direta ou
indireta, para Cuiabá ter um belo e amplo jardim público, que abre espaço para a sensibilidade, a
paz, a harmonia, a meditação e a comunhão entre os indivíduos.
Vejo o Jardim do Cerrado como um símbolo de transformação
das pedras em flores, não só no Parque Mãe Bonifácia, mas em cada ser humano
também. A capacidade e a força para transformar a sujeira que recebemos do
mundo em beleza e pureza para a vida é a qualidade que nos eleva à condição de
seres divinos, tal qual a flor de lótus que nasce no lodo, mas não se contamina
por ele. Por essa natureza,
é o símbolo de pureza e perfeição no Oriente.
Namaste!
Namaste!
16/05/2002
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