É preciso equilibrar o ser humano



A vida é mudança e movimento. Não há nada permanente na vida. Se há, o tempo todo, alguma coisa mudando e se movendo, não existe perfeição. Existe movimento. Existe mudança. Essa é a natureza da vida, a qual é insegura, incerta e tem um futuro desconhecido.  
Volte para a realidade. Volte para o fluxo da vida, aceite-se como você é. Aceite a vida ao seu redor. Aceite o que você tem e verá que a transformação acontece.
E, agora, é esta a demanda deste tempo: que nós nos tornemos amigos uns dos outros. Você tem que se tornar amigo de si mesmo. Aceite-se com amor do jeito que você é. Somos todos seres humanos expressando a vida de forma una. Compreenda a sua unicidade e aceite-a. A vida sabe o propósito pelo qual lhe deu essa unicidade. Não há nada de errado em seu ser, não há nada imperfeito em nenhum lugar. Diga SIM para você mesmo, e você ficará em harmonia no seu interior.  
                                                                                             Kiran Kanakia
imagem: Google

Atualmente, acompanhamos com certa apreensão as notícias e os acontecimentos referentes às mudanças climáticas em nosso planeta, em função do aquecimento global. Previsões de colapsos ambientais, que há algum tempo ficavam apenas nas esferas esotéricas, agora, são discutidas por cientistas e políticos em fóruns internacionais. 

As atividades humanas – sem levar em consideração que a Terra é um organismo vivo e, como tal, ressente-se das agressões que lhe são feitas – estão levando a um desequilíbrio na natureza sem precedentes, que coloca em risco a sobrevivência de inúmeras espécies, incluindo o próprio homem, agente desse distúrbio.


Assistimos a uma quebra na harmonia do meio ambiente, que reflete a relação distorcida dos indivíduos consigo mesmos, com os outros e com tudo ao seu redor, baseada numa visão reducionista, materialista, que ignora a natureza da vida, suas leis e seus fundamentos vitais.

A abordagem materialista tem prevalecido, praticamente, em todas as áreas que envolvem o ser humano, inclusive no sistema educacional. Aprendemos como entrar com sucesso no mercado profissional, mas não nos ensinam como viver em harmonia com a vida. Dessa forma, a maioria vive ignorando algo essencial da nossa existência. Houve uma inversão de valores na sociedade: o que é principal ficou na periferia e o que é periférico foi para o centro.

Dessa forma, o ser humano não compreende a si, nem ao outro nem ao ambiente em que nasce, vive e morre. Julga-se dono da Terra, na qual se encontra de passagem, e parece se esquecer de que é apenas hóspede por um curto período de tempo, entre 70 e 80 anos. Deveria ter a obrigação, nesta súbita passagem, de deixar tudo ao seu redor  melhor do que quando chegou, facilitando a vinda e a sobrevivência das gerações futuras. 

Contrariamente, entretanto, dá-se o direito de posse e, como a história tem mostrado, também se permite explorar, oprimir e destruir a natureza, visando tão-somente aos interesses individuais de seu pequeno mundo.

De modo geral, não existe a cultura da amizade e do cuidado com a vida em nossa sociedade. Desconhecemos até cuidados simples e básicos com a própria saúde física, mental e espiritual, que poderiam evitar muitos sofrimentos à população, em especial, às camadas mais carentes. Falta o amor que nos dá o devido entendimento para vivermos em equilíbrio e harmonia conosco e com o nosso entorno.

Sem amor não há cuidado e as relações humanas, nos mais diversos âmbitos, ficam envenenadas pelo ódio, pela posse, pelo apego, enfim, pela ignorância, o que origina as pequenas e as grandes agressões entre os humanos e para com as demais espécies do planeta.

Diante do perigo de possíveis catástrofes ambientais previstas pelos cientistas, é fundamental ampliar, em todos os cantos da Terra, o movimento de cura do planeta, com a participação e a união de todos os segmentos da sociedade para a criação e a expansão da cultura de paz e da amizade.

As condições para uma vida saudável precisam ser revistas e reorganizadas dentro de uma visão holística, que contemple as várias dimensões da nossa existência. É prioritário olhar para a causa básica do distúrbio climático planetário, ou seja, o comportamento inadequado e destrutivo do homem. A desorganização e o desequilíbrio de milhões de pessoas estão gerando ações que causam um desequilíbrio na atmosfera global.

Torna-se emergencial atuar na direção do resgate do estado natural do ser humano: a harmonia. É esse estado de  paz interior que nos leva a viver em unidade e equilíbrio com o ambiente externo, quer sejamos habitantes dos países do primeiro ou do terceiro mundo. Parece que esse é um dos grandes desafios das nações: conseguir um compasso entre a expansão econômica, os avanços tecnológicos e a elevação do nível de sensibilidade e consciência dos indivíduos. 

ENILDES CORRÊA é Administradora. Terapeuta Corporal Ayurveda e professora. de Yoga com formação e aperfeiçoamento na Índia. Palestrante e cronista. 

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